“O Natal não é a única festa religiosa que ilumina os dias sombrios de dezembro na histórica vila de Belmonte. Lar de uma importante comunidade judaica sefardita, o Hanukkah acrescenta mais uma centelha de luz a esta aldeia fronteiriça.
Belmonte conta uma história excecional de criptojudaísmo e resistência à intolerância religiosa na Península Ibérica. Os «judeus de Belmonte» não só sobreviveram em segredo durante séculos de Inquisição, como também conseguiram preservar muitas das suas tradições seculares através de casamentos endogâmicos e da ocultação de todos os sinais externos da sua fé do mundo católico exterior. Católicos no exterior, judeus no interior. A comunidade só foi descoberta no século XX e mudou os seus rituais criptojudaicos para o judaísmo ortodoxo em 1989, o que levou à abertura da sinagoga Beit Eliahu, em 1996, e do Museu Judaico, em 2005.
Como a alma de Belmonte é profundamente judaica, um dos feriados mais alegres dos judeus é aqui festejado apaixonadamente.
O Hanukkah, também conhecido como a Festa das Luzes, significa «dedicação», em hebraico. A festa de oito dias celebra a recuperação do controlo da cidade, no século II a. C.. Após a libertação do templo parecida haver apenas azeite suficiente para manter a chama eterna acesa por um único dia, mas iluminou miraculosamente o templo durante oito dias inteiros. Também no centro de Belmonte, um candelabro, ou menorah, com nove em vez de sete braços, é simbolicamente acesso durante oito noites consecutivas, servindo o braço central para acender os outro oito.
Durante o Hanukkah há música, doces tracionais, fritos, jogos, luzes e esculturas de luz, e tudo isto já contribuiu para o cenário já pitoresco de Belmonte.”
Gostavas de participar na Festa das Luzes?
Texto de Joke Langens, in 100 experiências em Portugal, editora Casa das Letras